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Brasil despacha Irã por 3 sets a 0 e se reabilita na Copa dos Campeões

Jogando com autoridade, seleção deixa para trás a queda para Itália e vence o até então líder invicto time asiático; brasileiros fecham a rodada em 2º


A moçada fez a festa diante dos iranianos (Foto: Divulgação / FIVB)A moçada fez a festa diante dos iranianos (Foto: Divulgação / FIVB)

A moçada fez a festa diante dos iranianos (Foto: Divulgação / FIVB)

A seleção brasileira masculina de vôlei deixou para trás a derrota para a Itália e voltou a vencer na Copa dos Campeões, batendo o então líder Irã por 3 a 0 (25/22, 25/19 e 25/15), em duelo que abriu a jornada desta sexta-feira em Osaka. A equipe asiática vinha de triunfos sobre Itália e Estados Unidos e era a única invicta no torneio.

- Fizemos nossa melhor partida do campeonato hoje. Ficamos um pouco frustrados pela atuação que tivemos contra a Itália e o time teve muita maturidade de voltar e fazer o seu melhor jogo, contra uma grande equipe, que venceu as duas primeiras partidas, e que não desiste nunca - avaliou o levantador Bruninho.

Agora com duas vitórias uma derrota, o Brasil fecha a terceira rodada na segunda posição com os mesmos sete pontos dos EUA, que bateram a França por 3 a 0 em seguida. Itália e Japão fazem o último jogo do dia. O próximo compromisso do Brasil será sábado diante dos americanos, novamente a partir de 0h40 (horário de Brasília), e a vitória dará a ponta ao time nacional. Na sequência, franceses e italianos medirão forças, enquanto os anfitriões duelarão com os iranianos.

- Foi uma vitória muito importante. Antes do jogo, estávamos bastante preocupados com a seleção do Irã, que joga um voleibol muito moderno, muito rápido e que coloca em dificuldades todos os times que joga contra, principalmente através do seu saque - comentou o técnico Renan dal Zotto.

O jogo


Lucarelli foi peça importante no arsenal brasileiro (Foto: Divulgação / FIVB)Lucarelli foi peça importante no arsenal brasileiro (Foto: Divulgação / FIVB)

Lucarelli foi peça importante no arsenal brasileiro (Foto: Divulgação / FIVB)


Com o pensamento de se reabilitar do revés de quarta-feira, a equipe brasileira começou bem e encaminhou a vitória no primeiro set fazendo 17/13. Mostrando muita vibração, os iranianos reagiram e deixaram tudo igual em 22/22. A recuperação dos adversários parece ter despertado os comandados de Renan, que retomaram as rédeas e selaram em 25/22.

Em um panorama bem parecido com o visto na parcial inicial, o Brasil comandou as ações na segunda. Seguindo à frente, foi abrindo vantagem na reta final e fechou o set em confortáveis 25/19, após um ataque de Mauricio Borges que o bloqueio do time asiático não pôde conter.

Pressionado, o Irã voltou com tudo após o descanso e fez logo 5/0, mostrando que ainda estava bem vivo. Do outro lado, porém, estava o atual campeão (aliás, tricampeão e com quatro canecos ao todo). De forma sensacional, os brasileiros correram atrás e viraram para 12/11. A partir daí, só deu Brasil, que disparou no marcador, conseguiu 20/14 e liquidou os trabalhos em 25/15, nocauteando a zebra iraniana.

Bruninho, Wallace, Mauricio Souza, Lucão, Mauricio Borges, Lucarelli e o líbero Tiago Brendle começaram os trabalhos, entrando depois Isac, Renan, Raphael e o líbero Thales. Wallace (15 pontos), Lucão (14) e Lucarelli (11) foram os maiores anotadores em quadra.

TABELA

Dia 12.09 (terça-feira) – França 0 x 3 Brasil (25/27, 25/27 e 22/25)
Dia 13.09 (quarta-feira) – Brasil 2 x 3 Itália (25/15, 25/27, 25/27, 25/18 e 12/15)
Dia 15.09 (sexta-feira) – Irã 0 x 3 Brasil (22/25, 19/25 e 15/25)
Dia 16.09 (sábado) – Estados Unidos x Brasil, às 0h40
Dia 17.09 (domingo) – Brasil x Japão, às 6h15


Bernardinho recusa propostas e descarta volta à seleção no futuro: "Nem é justo"

Com a agenda ainda cheia de compromissos, técnico tenta se dedicar mais às filhas enquanto ajuda Renan a trilhar novo ciclo. Ao olhar o passado, relembra cortes, mas diz: "Não me arrependo"

Bernardinho recusa propostas e descarta volta à seleção no futuro:



A pequena Vitória entra pela porta do ginásio com os passos apressados. Bernardinho acompanha logo atrás, de chinelos, com a mochila pendurada no ombro esquerdo e uma postura relaxada. Cumprimenta quem vê e pede desculpas pelo pequeno atraso. Em uma tarde quente de segunda-feira, aproveitou a última semana de férias da filha mais nova para levá-la ao treino do Rio de Janeiro, na Urca. A cena, pouco comum no passado, tem se repetido com mais frequência nos últimos 26 dias, desde que o treinador anunciou sua saída da seleção brasileira.

Tentar se manter mais próximo à família talvez tenha sido a grande mudança na nova rotina de Bernardinho. O tempo, ele diz, continua curto, mas pela primeira vez o treinador conseguiu ir a uma reunião de pais na nova escola de Vitória, de 7 anos. Júlia, a mais velha das meninas, com 15, também tem se acostumado com uma maior presença do pai nos eventos. A cabeça do técnico, porém, não para. Também na segunda-feira, mas pela manhã, se reuniu com as comissões das seleções masculinas. Foi chamado para ajudar no processo de definições para o novo ciclo olímpico, ao lado de Renan Dal Zotto, que assumiu seu lugar na equipe principal, e dos responsáveis pelos times de base, como Giovane Gávio.

Bernardinho diz que ainda não se acostumou ao fato de estar fora da seleção. Às vezes, se pega pensando no planejamento, mas se obriga a parar. Quer deixar o caminho livre para que Renan tome suas próprias decisões, ainda que se disponha a ajudar. Por isso mesmo, sequer cogita um retorno futuro ao cargo que ocupou por 16 anos, com dois ouros e duas pratas olímpicas.

- O Bruno me falou: “Nada na vida é eterno”. Mas, certamente, na seleção, as coisas estão muito bem encaminhadas. Então nem penso nisso. Nem é justo. Agora é trabalhar no que tem de ser e trilhar novos caminhos. Que a vida me reserve novos caminhos. Levar o Bernardinho daqui para onde for.

Pequena Vitória foi ao treino do Rio ao lado do pai, Bernardinho (Foto: João Gabriel Rodrigues)

Pequena Vitória foi ao treino do Rio ao lado do pai, Bernardinho (Foto: João Gabriel Rodrigues)


O anúncio de que deixaria a seleção animou o mercado internacional. Era de se esperar que Bernardinho recebesse uma série de sondagens, principalmente de seleções e clubes da Europa. Duas chegaram, inclusive, a virar propostas oficiais. No momento, porém, o técnico descarta. A única coisa que anima o treinador é um convite futuro para trabalhar em universidades dos Estados Unidos.

- Recebi duas propostas de fora. Sondagens fortes. Seleções e clubes, mas não faria sentido sair da nossa seleção para outra seleção. Não faria sentido. Nem tenho nenhuma vontade. Clube, melhor o meu time. Largar o meu clube não tem sentido. Mas uma coisa que me fez pensar um pouco foi a ideia de ir para os Estados Unidos. Com calma. Uma decisão em cima da outra não existe. Quem sabe no futuro, com calma, em alguma universidade lá. Poderia ser uma oportunidade de vida interessante. Para as meninas, para a Fernanda (Venturini, com quem é casado), que poderia desenvolver o inglês dela, viver um tempo lá. Isso se o (Donald) Trump permitir também... (risos). O resto não me seduz.


A ficha ainda não caiu totalmente. E, confesso, não é algo que eu lide com serenidade. É uma coisa ainda sofrida. Uma coisa com tanta intensidade, durante tanto tempo, ir assim e acabou?

A reunião com os técnicos das seleções brasileiras certamente não foi a última. Ainda que não tenha um cargo oficial junto à Confederação Brasileira de Vôlei, Bernardinho não quer se distanciar tanto assim. Afirma que estará sempre à disposição, mas evita um compromisso exclusivo. Por enquanto, à frente do Rio de Janeiro, mantém a rotina intensa. Mas quando acabar a Superliga...

- Aí eu vou querer ver como vai ser. Falaram que queriam fazer uma reunião todas as segundas-feiras em Saquarema. Mas não quero me comprometer com nada ainda. Se eu me comprometer, vou ser o primeiro a chegar lá para fazer. Vamos deixar as coisas com calma. Está tudo bem encaminhado. A ficha ainda não caiu totalmente. A seleção, todo mundo tem uma opinião a respeito. Todo mundo fala alguma coisa. E, confesso, não é algo que eu lide com serenidade. É uma coisa ainda difícil, sofrida. Uma coisa com tanta intensidade, durante tanto tempo, ir assim e acabou? Eu, com certeza, ainda acordo e penso. E penso em algumas coisas e falo: “Não, cara, não é por aí. Vamos seguir”. É um processo natural.

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Ao tentar ter calma para trilhar seu futuro, Bernardinho olha com carinho para o passado. Técnico mais vitorioso da história da seleção brasileira, também admite percalços no caminho. Os cortes, ele diz, foram os mais dolorosos. O desgaste ao ter de afastar nomes como Ricardinho, em 2007, e Murilo, às vésperas dos Jogos do Rio, deixou marcas. Afirma, porém, que as mágoas foram esvaindo com o tempo. Por isso, não se arrepende.

Bernardinho e Ricardinho na conquista do ouro em Atenas: um dos cortes que mais marcaram o técnico (Foto: Reuters)

Bernardinho e Ricardinho na conquista do ouro em Atenas: um dos cortes que mais marcaram o técnico (Foto: Reuters)

- Com certeza, algumas coisas marcam. O Henrique, logo que foi cortado, ficou chateado e magoado. Eu também já fui cortado e fiquei também. Mas é o tempo. Ele vê que foi uma escolha. Pouco depois, ele me mandou um pedido de uma carta de recomendação para um trabalho nos Estados Unidos. Passou. Isso foi acontecendo ao longo do tempo. Coisas que desgastam. Ricardinho, tivemos nossos problemas, depois entendeu e voltou. Murilo, agora. Quando eu comuniquei minha saída, ele me mandou uma mensagem muito bacana. Pode discordar de alguma coisa, achar que podia estar, mas fica a admiração. Até eu. Não tenho 100% de certeza de tudo. Mas ficam as lições. São desgastes, angústias. Mas não me arrependi. Bom que, depois de um tempo, vi que algumas coisas foram duras, mas que as pessoas entenderam. Raphael (levantador de Taubaté, também cortado antes dos Jogos do Rio) foi outro a me mandar mensagem. Sei que ficou magoado em algum momento. Mas isso demonstra que ele entendeu.

CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA:

Ritmo de vida e família

"O ritmo de vida não mudou nada. Nesse período, eu sempre me dediquei ao Rio. Na seleção, nesse momento, estaríamos trabalhando com programação, planejamento, avaliando jogadores. Eu continuo vendo, vi um jogo do campeonato italiano ontem. Vejo porque gosto, sigo o mercado. Tive contatos, propostas, algumas coisas. Mas, no dia a dia prático, não mudou muita coisa. Muitas pessoas acham que eu me aposentei, que eu tenho mais tempo para tudo. Então tenho muitas solicitações para coisas que não existiam antes. Demandas diversas. É uma correria grande. Então tento manter o foco naquilo que é realmente mais importante".

"Eu estive até lembrando algumas questões, quando questionado por pessoas que têm mais intimidade. Houve um lance muito interessante. A Vitória participou com a Julia, depois da final. Eu cheguei no vestiário, e as duas estavam chorando. Foi uma coisa forte. Eu cheguei e não derrubei uma lágrima, totalmente sereno. Fica parecendo que elas estão sempre no entorno, acompanhando, enquanto estou tentando realizar os meus sonhos, as minhas conquistas. E elas vêm a reboque. E fiquei pensando: “Será que é justo continuar por mais quatro anos? São os meus projetos, minhas tentativas. E elas a reboque”. Não é justo".

Bernardinho ao lado de Renan em treino da seleção (Foto: Arquivo pessoal)

Bernardinho ao lado de Renan em treino da seleção (Foto: Arquivo pessoal)

"Eu tinha raríssimas oportunidades de estar com elas. Em reuniões de pais, eu acho que fui a duas. A Julia está com 15, então fui um pouco mais. A Vitória, acho que não fui a nenhuma. Eu fui numa apresentação, numa escola quando ela era pequenininha. Fui a um aniversário dela, no recreio. Ela faz em outubro, durante a Superliga, então estávamos aqui. É sempre em ocasiões assim. Mas agora fiz um pouco mais isso. A rotina, em si, não mudou em nada".

"A minha vida, em si, não mudou tanto. É a última semana de férias delas. É bem raro ela vir aqui. Mas como algumas amigas já estão estudando. Ela viajou conosco, comigo e com as meninas, pela primeira vez. Eu fui a Belo Horizonte, tinha uma palestra lá. E ela foi com as meninas, Tabach responsável. E ela se amarrou. Só no final que ela se assustou, muita gente em cima. Fora isso, ela adorou. No dia seguinte, ela voltou sozinha comigo e ficou triste de o time não estar junto. Foi um grande programa, algo que raramente tínhamos".

"Depois da Liga Mundial, talvez tenha, sei lá, quinze dias sem nada. Essa é uma coisa completamente inusitada, nova para mim. A Júlia fez 15 anos em dezembro, não teve festa, nada. Ela queria viajar com algumas amigas. Pode ser a chance de ter alguma viagem nossa. Estamos pensando. Talvez, ali, seja um momento de readequação, de ajustar, de ter um pouco mais tempo na rotina. Aqui (no Rio) começa com um período de menor intensidade. Tem aquela coisa de contratar, de renovar. Mas não vou ter as duas frentes o tempo todo, aquela loucura".

Trabalho junto à seleção

"Hoje eu tive uma reunião com as comissões das seleções, que pediram para eu estar lá. Estava o Renan, o Giovane, os outros treinadores da base. Para falar de planejamento. Antes, eu estava muito mais à frente. Agora, era mais para dar uma contribuição de ideias, o que eu acredito que tenha de ser feito. Eu saí dali para outras coisas, mas não vou me furtar de ajudar. Não sei ainda exatamente qual a função, o que eu vou fazer. Já me perguntaram o que eu vou querer fazer, mas preciso parar um pouco e viver a minha vida, respirar um pouco o que eu tenho de fazer. Não tem sentido sair para isso, continuar à frente. É uma questão de avaliar com calma. Mas não vou jamais deixar de dar a minha colaboração quando for pedida, com ideias, planejamento, falar das nossas carências com a formação. Foi mais um debate, uma tentativa de criar o melhor programa para cada uma das seleções desse ano".

Apoio a Renan

"O Renan está se atualizando cada vez mais agora, recebendo material. Na semana passada, ele estava vendo jogo do campeonato italiano, me mandou mensagem. “Cara, está vendo o jogo aí?”. Ele está ligado o tempo todo, debatendo. Continua essa ligação, mas sem estar lá. Giovane me mandou uma mensagem, disse que tinha duas perguntas a fazer. E eu disse que ia responder com duas perguntas. Porque ele tinha que procurar as respostas. Vou tentar orientar um caminho que eu acho para que eles reflitam. Até porque não conheço todos os caminhos. Eles estão ali, têm competência. Até para buscar caminhos novos e melhores".

Bernardinho e Bruninho comemoram a conquista do ouro (Foto: Mark Kolbe/GettyImages)

Bernardinho e Bruninho comemoram a conquista do ouro (Foto: Mark Kolbe/GettyImages)

"Nós estamos sempre trocando ideias, conversado. Agora, a coisa começou a ficar mais próxima. Tem de fazer lista, a programação. Ele falou comigo hoje, quer marcar uma reunião só com nós dois. Disse que precisa de duas ou três horas para trocar uma ideia. Está definindo comissão, já definiu uma parte, mas tem outros. Tudo o que eu vi, está bem encaminhado. Ele é muito inteligente, capaz. Desde o início da carreira, é um cara muito perspicaz. Sensível, tem muita sabedoria para tocar as coisas".

Planos para o futuro e ligação com a política

"Aqui, eu queria mesmo estudar. Há alguns cursos lá fora em que você passa períodos curtos, semanas. Você se adequa. Mais para o lado de gestão, um MBA. E tenho muito interesse em educação. Eu estou num grupo do Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, que reúne 96 nomes de destaque no país em auxílio a Michel Temer), que é um trabalho de educação. Há algumas pessoas com uma ideia muito bacana de querer investir e trabalhar com o binômio educação-esporte. De alguma maneira, poder colaborar. Se a coisa realmente andar, vai ser bacana".


Quero me capacitar em outras áreas para, quem sabe, mudar alguma coisa. Tem uma frase que eu gosto: “Se você não pode jogar o jogo, mude o jogo”

"Ainda mais agora, com as notícias do Parque Olímpico abandonado. Quanta coisa deixada de lado. As pessoas, na rua, me olham e falam. Assim como em outros esportes. Mas e agora (depois da Olimpíada)? Tem que continuar. Não temos visto. E isso é preocupante. Aqui, temos vários Dons Quixotes, brigando Brasil afora. Mas lá fora, temos um sistema. São coisas que me seduzem. Quero me dedicar a isso. Mas, hoje, meu trabalho é aqui (no comando do Rio). Minha vida é o trabalho, para dar uma condição para minhas filhas. Isso aqui é minha paixão e minha segurança. Ainda mais num mercado tão difícil. O esporte vive um momento difícil".

"Quero me capacitar em outras áreas para, quem sabe, mudar alguma coisa. Tem uma frase que eu gosto: “Se você não pode jogar o jogo, mude o jogo”. Quem sabe não possa contribuir de alguma forma para mudar o sistema? Não sei se na política. Por enquanto, no esporte. Dar minha contribuição, com a experiência que eu tenho. Para isso, tenho que me preparar. Não vou entrar despreparado. O próprio “Conselhão”. Eu não quero ficar com ideias. Eu quero fazer. E o interessante é que são pessoas que fazem. Foi um aprendizado. Na minha vida, eu inspirei pessoas de alguma maneira. Como disse o Coack K, técnico que deixou a seleção americana de basquete, que disse que gostaria de continuar a inspirar pessoas. Eu gostaria também. Mas como? Essa é a questão".

Levantadora da seleção está grávida e se “banha” de repelente contra zika

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Fabíola com a filha Andressa, de 10 anos (crédito: arquivo pessoal)

A levantadora Fabíola, 33, se viu obrigada a acrescentar a prevenção contra o mosquito aedes aegypti à sua rotina de gestante. Ela entrou há pouco no sexto mês de gravidez da segunda filha. E ainda acalenta a esperança de disputar em agosto, os Jogos Olímpicos do Rio-2016 pela seleção de José Roberto Guimarães.

Fabíola parece levar tudo com tranquilidade e paciência. Até porque duas dessas três experiências ela já viveu: foi mãe pela primeira vez há 10 anos, e experimentou a ansiedade pré-Jogos Olímpicos no ciclo para Londres-2012, quando amargou um corte da seleção um mês antes do embarque.

20160223143118O que a assusta neste momento é o zika vírus e a microcefalia, que pode acometer bebês ainda na barriga da mãe. Por isso, cobre-se de repelente desde o minuto em que acorda de manhã até a hora de dormir. “Passo muito repelente pelo corpo o dia inteiro. Só ando de calça e uso roupas de manga longa”, explicou Fabíola, após mais uma tarde de treino no Brasília Vôlei, de Taguatinga, Distrito Federal, que disputa a Superliga feminina.

“O noticiário sobre zika vírus é assustador. Todo dia a gente recebe uma enxurrada de informação difícil de processar. Outro dia eu vi uma mãe que perdeu bebê aos seis meses de gestação por causa do vírus. Não tem como ficar tranquila com isso. Mas estou tomando todos os cuidados possíveis”, explicou.

Fabíola é de Ceilândia a maior cidade do Distrito Federal e chegou há cerca de três meses da Suíça, onde jogava, exatamente quando a epidemia ganhou força e o número de casos de microcefalia aumentou no país inteiro. Até agora, ela diz não ter tido contato com ninguém com dengue, zika ou chikungunya, mas assustou-se com uma virose que seus pais trouxeram após uma viagem à Paraíba. “Eles voltaram mal, com febre, diarreia, mas esses não são os sintomas da dengue, fiquei mais tranquila”, contou.

Ela sabe o mal que o aedes aegypti causa ao organismo. Até hoje se recorda com calafrios dos dias que sofreu, há quatro anos, quando contraiu dengue em Osasco, São Paulo. “Nossa, passei dias terríveis, perdi quatro quilos, você acredita? Quatro quilos. Porque não dá vontade de fazer nada, febre alta o tempo inteiro é horrível. Agora você imagina esses sintomas estando grávida?”, se questiona a levantadora.

Ela tem uma visita agendada ao médico para realizar nova bateria de exames pré-natal. Enquanto isso, mantém uma rotina de treinamentos diários com bola, junto com a comissão técnica do Brasília Vôlei, e pilates. Fabíola conta que os exercícios servem para manter-se em atividade e, principalmente, para tentar atender ao chamado de José Roberto Guimarães.

Em janeiro, ele ligou para a levantadora e disse que gostaria de contar com ela para os Jogos do Rio-2016. Como Ana, a segunda filha de Fabíola, nasce em maio, seriam três meses até a estreia olímpica no Maracanãzinho. “Olha, quando nasceu a Andressa [primeira filha], há dez anos, eu já estava em quadra menos de um mês após o parto. Não tenho mais 23 anos, mas naquela época também não conhecia pilates. Então, vamos ver, pode ser que dê certo”, projeta a brasiliense de Ceilândia, cujo último time foi o Volero, da Suíça.

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Grávida de seis meses, Fabíola treina, com o corpo coberto, com a comissão técnica do Brasília Vôlei (Divulgação)

05.02.2015
Racismo no vôlei não irá a Tribunal. Súmula omite insultos a Fabiana

Fabiana foi chamada de "macaca" por torcedor em jogo na terça-feira


Os insultos racistas sofridos pela central Fabiana, do Sesi, na última terça-feira não trarão nenhuma consequência para o Minas Tênis Clube, rival da equipe paulista na partida válida pela Superliga Feminina e disputada em Belo Horizonte. O caso, nem sequer, irá parar na Justiça Esportiva.

Segundo a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) informou ao UOL Esporte, o "relatório do delegado , bem como a súmula, não citam fato algum, até porque aconteceram no anel superior das arquibancadas do Ginásio do Minas Tênis Clube. Não há imagem ou vídeo, provas que poderiam indicar um encaminhamento ao TJD do vôlei".

Na nota enviada à reportagem, a CBV exalta a atitude do Minas Tênis Clube  que "tomou todas as medidas para punir o torcedor, identificando-o e apresentando-o aos seguranças e posteriormente à Polícia Militar de Minas Gerais.

A CBV publicou uma nota oficial em seu site apoiando a jogadora capitã da seleção brasileira e parabenizando a atitude do Minas Tênis Clube: "que sirvam de exemplo para qualquer atitude preconceituosa no voleibol, oxalá no esporte brasileiro".

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